A sinceridade deve ser
sempre cultivada, eu, por exemplo, não escondo de ninguém a minha
incredulidade, todavia, confesso que entro em êxtase dentro de uma igreja
barroca, chego até a me surpreender numa pontinha de dúvida se toda aquela obra
ali foi feita em vão, será que realmente existe algo além deste mundo, chego a
me perguntar devido à força da arte sobre o nosso cérebro, se o artista fez
pensando na sua crença, aquilo valeu realmente pra ele, como no caso do Aleijadinho
nas suas esculturas pelas cidades do Ciclo do Ouro de nossa Minas Gerais,
através dum estilo oriundo do século XVII da Itália, ricamente ornamentado pelo
ouro contrastando com a simplicidade renascentista e, deste modo, as igrejas
barrocas com os seus altares e púlpitos decorados com extravagância, recobertos
por flores, espirais, anjinhos, monstros, tudo folheado a ouro, podemos aqui
até fazer um questionamento dizendo, Quanta riqueza desperdiçada, poderia ter
sido desviada para melhorar a vida do pobre, mas também tem uma coisa, do
contrário não teríamos esta exuberância peculiar dos templos católicos mineiros
para o desfrute dos turistas, na verdade tudo tem um preço, a igreja de São
Francisco de Assis, em Ouro Preto, MG, desenhada e ornamentada pelo Antônio
Francisco Lisboa [Aleijadinho}, segundo a museóloga Maria da Conceição Fernandes Brito, Ela é um
marco do estilo barroco e tem abundância de luz e cor.
A igreja ou capela de São Francisco
de Assis é uma obra prima do nosso grande artista do Século do Ouro, pois
apresenta um desenho revolucionário, uma fachada extravagante, um altar
esculpido em madeira, os famosos anjinhos, uma sacristia com o lavabo em pedra
sabão e para tornar a coisa mais interessante, é assombrada e dizem aparecer
nela uma mulher do século XVIII, e, além de tudo isso, um teto de tirar o
fôlego de qualquer um com uma vistosa pintura do também famoso pintor Manuel
Athayde, onde o artista mostra a ascensão de uma Nossa senhora com traços
mulatos, envolta numa grande quantidade de anjos, portanto, é aquilo que eu
digo, mesmo eu, sendo agnóstico, fico realmente boquiaberto perante a arte
deste artista fervorosos, chegam a me dar inveja, gostaria de acreditar, mas o
quê fazer.
Anibal Werneck de Freitas.
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