A verdade continua encoberta
pelo véu misterioso da vida, quem sou eu para afirmar se Deus existe ou não, as
possibilidades de sua existência ou não são as mesmas, por outro lado, caso ele
exista, que diferença faz eu crer ou não, não sou nada perante o Universo, um
mísero ser humano que tem a obrigação de se alimentar e depois enfrentar um
vaso sanitário que tira a dignidade de qualquer um para simplesmente não morrer.
Meu pai faleceu aos 95
anos, um homem forte que vi atrofiar depois dos 93 numa cama sem poder sequer
movimentar os braços, situação terrível que me deixou um recado de que não
somos nada e pensar que tem gente arrogante se achando o máximo, portanto, não
me envergonho de ser sincero em dizer que mudei de ideia, não tenho mais aquela
certeza, já a considero um abuso inconsequente querer mexer com coisas que
estão acima do meu alcance, sendo assim mediante a esta pontinha de luz que se
abriu sobre mim, a partir deste momento não mais me preocuparei em afirmar
categoricamente que o mundo é só átomo, na verdade ele deve ser infinitamente muito
mais que isso, portanto só me ocuparei das coisas que meus sentidos atingem.
O que me resta em meio a
tudo isso é esperar pela minha hora, procurando viver em paz com as pessoas,
ajudando-as se for preciso, aceitando a minha insignificância, buscando ser
sempre coerente no respeito para com as ideias e crenças dos outros, porque cheguei
à conclusão de que minha vida é um curso como o de todo mundo deste planeta,
não sou melhor do que ninguém, até porque só vou olhar pra frente, esquecendo
aquele homem radical, concluindo que tudo que escrevi até antes deste texto,
pra mim são páginas viradas, tenho dito.
Anibal Werneck de Freitas.
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