Saramago sempre foi claro
nesta questão quando dizia que a Igreja não se preocupa com as almas e sim, com
os corpos, porque estes são os seus súditos e precisam ser controlados como
bois num curral, o cristão é tratado como ovelha e os padres, seus pastores,
por aí, dá para perceber que o cristão tem que ser manso, não pode se levantar
contra o seu pastor, ou seja, as ordens devem ser obedecidas no sentido de cima
para baixo.
Mais uma vez eu repito,
não sou contra nenhuma religião, sou contra as atitudes que muitas tomam no decorrer
dos séculos, onde já se viu uma religião ser um Estado?, acredito que Pedro não
concordaria jamais com isso, muito menos, os primeiros cristãos. Enquanto se
escondiam das perseguições nas catacumbas romanas, eram verdadeiros irmãos unidos
na fé em Cristo e praticavam a caridade o tempo todo. Enquanto oprimidos, se
mostravam resignados perante sua sorte, ou seja, ser crucificado ou trucidados
pelas feras no círculo de Roma.
Acontece que o tempo foi
passando e o número deles [os cristãos] foi crescendo ao ponto de ameaçar o
destino da política romana, fazendo com que as famílias ricas começassem a
aderir a boa nova e, atrás delas, os próprios governantes, tornando-a, a
religião oficial do Estado.
Não foi uma boa, cristãos
arrogantes começaram a surgir, corrompidos pelo poder, obrigando todo mundo a
segui-los, nem que fosse sob o fio da espada. De oprimidos, muitos cristãos
passaram a opressores, a destruição da Biblioteca de Alexandria é um nobre
exemplo, e assim, deu no que deu, com o fim do Império Romano, a Igreja se
transformou na Grande Senhora Feudal da Idade Média, apesar de uma ala pequena
opositora formada pelas ordens como, a de São Francisco de Assis, voltada mais
para a Igreja Primitiva, a Igreja do Evangelho, todavia, de nada adiantou,
porque a lei é sempre a do mais forte e, deste modo, com as conquistas materiais, através dos séculos, a Igreja católica se
transformou na potência que é hoje, basta ver pela televisão a suntuosidade
estampada nos prédios, na ornamentação, na guarda suíça e nas vestes dos
governantes, no Vaticano.
Anibal Werneck de Freitas.
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