Segundo o Bhagavad-Gitã,
ao Senhor (Deus), é dado o poder de criar, do nada, qualquer coisa e, nós, que
somos suas criaturas não temos o poder de tirar ou construir qualquer coisa, a
partir do nada, porque somos inferiores a ele [o Senhor] e dele dependemos o
tempo todo para existir. Krsna, [o
Senhor] é transcendente e é totalmente perfeito, o mesmo não acontece com as
suas criaturas, no caso o ser humano que é cheio de imperfeições, mas pode
transcender e aí vem o meu questionamento, a transcendência significa: ser
superior, sendo assim, podemos nos igualar a Krsna e, deste modo, pergunto, por
que não podemos fazer as coisa do nada?, é incoerente.
Outra coisa que me deixou
um pé lá e outro cá, foi a seguinte citação, também, no Bhagavad-Gitã, O pecado
cairá sobre nós se matarmos tais agressores:
1)
Aquele que dá
veneno,
2)
Aquele que
incendeia a casa,
3)
Aquele que ataca
com armas mortais
4)
Aquele que rouba
as riquezas,
5)
Aquele que se
ocupa das terras de outrem,
6)
Aquele que rapta
sua esposa.
A razão deste procedimento
inumano [segundo Nietzsche], está no fato de que as pessoas piedosas sempre
perdoam seus algozes e quem está com Krsna não vive de ilusão.
Particularmente, acho o Bhagavad-Gitã
um livro cheio de ensinamentos milenares de grande importância, todavia, à boca
pequena, muita coisa nele está ultrapassada, basta citar que o livro é
totalmente machista, a mulher está sempre em segundo plano. Eu não sei no âmago
o que Aldous Huxley [o autor do famoso, Admirável Mundo Novo] quis dizer ao
citar o Gitã como, uma filosofia perene, acho que houve um exagero aí.
Pois bem, o Bhagavad-Gitã
se resume praticamente num campo de batalha, onde Arjuna [o homem] debate com
Krsna [o Senhor] se deve ou não atacar o inimigo, que na verdade são irmãos
perante o Criador [Krsna]. Conhecido,
também, pelo nome de, Guitopanisad, o livro sagrado hindu, é a essência do
conhecimento Védico, nele, Krsna é o orador todo poderoso que dita suas ordens
como verdades incontestáveis. Na verdade, o Bhagavad-Gitã Como Ele É, deve ser
seguido como uma bula de remédio, ou seja, não pode sofrer interpretação. É aí
que pergunto, onde fica a nossa liberdade de pensar?, é o mal de todo livro que
se coloca na categoria de sagrado, a palavra de Deus não pode ser contrariada e
isso torna-se contraditório, já que Deus (segundo os crentes) deu ao homem o livre arbítrio.
Anibal Werneck de Freitas.
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