Em decorrência do que
disse a respeito de que cabe ao homem desvendar os mistérios do mundo coberto
pelos benditos véus não foge à regra espinosista, porque o mundo é Deus e Deus
é o mundo, tudo é uma coisa só, a diferença é que Deus [segundo Espinosa] tem
infinitos atributos e nós, seres vivos e inanimados temos apenas dois, ou seja,
corpo e mente, embora é bom deixar claro que não podemos comparar a mente da pedra com a do homem, mas a bem da
verdade tudo é uma coisa só, podemos dizer que Deus é a própria natureza, ele
não a criou, se surgiram, surgiram juntos, o que não levo em conta porque na
verdade sempre existiram, sua essência é infinita enquanto que a representação
materialista de Deus é finita mas está sempre em evolução, você pode estar
boquiaberto mas tudo o que eu disse até aqui sempre teve muito a ver com o
espírito espinosista, a diferença está no fato de não ter o costume de citar a
palavra Deus que sempre dá ideia daquele lá da Bíblia, até porque o Deus de
Espinosa não é este transcendente, o de Espinosa é imanente, portanto devo
render à Espinosa que o mundo é realmente a marca indelével de que ele existe,
uma mente que tudo rege de forma recíproca, cada objeto no universo, mesmo uma
pedra [como já disse acima] tem corpo e mente e ambos são atributos da substância e a substância
é Deus, no qual tudo é explicado, portanto, em relação ao Deus
Judaico-Cristão, o criador, eu continuo
ateu, não acredito num Deus lá e eu aqui, isso não existe pra mim, já o de
Espinosa, sim!
Anibal.
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