quinta-feira, 24 de novembro de 2011

HIPÁTIA


Não acredito no ser humano muito religioso, só quer levar vantagem sobre o outro, a maioria é incapaz de reconhecer o valor do próximo, só pensa em si próprio, o Deus que ele profere geralmente é raivoso, discriminador e intolerante, é hipócrita, se julga o dono da verdade, enfim, onde chega só provoca discórdia. Pois bem, assim foi a maioria dos cristãos depois que o Império Romano se converteu à nova religião, é bom lembrar que antes da conversão, os romanos respeitavam todo tipo de religião, todavia, com o cristianismo no poder, a situação piorou, e, para piorar mais ainda, a rixa entre cristãos e judeus era ferrenha, desde então, Roma não teve mais paz, ao ponto dos cristãos destruírem a maior biblioteca do mundo antigo, em Alexandria, por pura ignorância, e, Hipátia, uma jovem professora,  foi a primeira mártir da insanidade cristã de que temos notícia na História, veja o texto abaixo,

"O último cientista a trabalhar na biblioteca [de Alexandria] foi... uma mulher! Distinguiu-se na matemática, na astronomia, na física e foi ainda responsável pela escola de filosofia neoplatónica - uma extraordinária diversificação de actividades para qualquer pessoa daquela época. O seu nome, Hipátia. Nasceu em Alexandria em 370. Numa época em que as mulheres tinham poucas oportunidades e eram tratadas como objectos, Hipátia moveu-se livremente e sem problemas nos domínios que pertenciam tradicionalmente aos homens. Segundo todos os testemunhos, era de grande beleza. Tinha muitos pretendentes, mas rejeitou todas as propostas de casamento. A Alexandria do tempo de Hipátia - então desde há muito sob o domínio romano - era uma cidade onde se vivia sob grande pressão. A escravidão tinha retirado à civilização clássica a sua vitalidade, a Igreja Cristã consolidava-se e tentava eliminar a influência e a cultura pagãs.
Hipátia encontrava-se no meio dessas poderosas forças sociais. Cirilo, o arcebispo de Alexandria, desprezava-a por causa da sua estreita relação com o imperador romano, e porque ela era um símbolo da sabedoria e da ciência, que a Igreja nascente identificava com o paganismo. Apesar do grande perigo que corria, continuou a ensinar e a publicar até que, no ano de 415, a caminho do seu trabalho, foi atacada por um grupo de fanáticos partidários do arcebispo Cirilo. Arrastaram-na para fora do carro, arrancaram-lhe as roupas e, com conchas de abalone, separaram-lhe a carne dos ossos. Os seus restos foram queimados, os seus trabalhos destruídos, o seu nome esquecido. Cirilo foi santificado."

Pelo visto, o facínora do Cirilo foi sagrado como santo, claro que isso fazia jus à justifica do cristianismo nascente, que começou com o sangue de uma inocente professora pagã, uma vergonha arrepiante  para uma religião que seria a própria negação do amor pregado pelo homem do alto da montanha, uma prova incontestável de que tudo que ele pregou foi em vão, os cristãos que se diziam seus fiéis seguidores foram os que mais transgrediram sua pregação, não tiveram dó de ninguém, gostavam de apedrejar as pessoas que não queriam se converter, realmente, não dá para levar a sério gente como esta, que tem no ódio o seu maior pilar contra aqueles que não acreditam no seu Deus, e, até hoje, muitos  continuam assim, desprezando aqueles que não comungam com a sua fé.

Anibal.

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