sexta-feira, 4 de março de 2011

TRILHOS SOLTOS


TRILHOS SOLTOS (Anibal)  Olha a Maria, fumaça, foguista / Os trilhos soltos vão se ajuntar / Para levar gente sofrida / De um lugar pra outro lugar. / Eu de segunda, primeira não dá, / Brasa na roupa começa a queimar, / Lenha na máquina, meu maquinista, / Apita na curva para avisar. / Olha a Maria, fumaça, estação, / Os trilhos presos vão se soltar / Para deixar gente sofrida / Vinda de onde não pode ficar.

Registro 48.894, Livro 15, UFRJ, 20/02/89.

A vida é como os trilhos soltos de uma ferrovia, ou seja, sem o trem que os prende, daí a nossa grande responsabilidade no caminhar sobre eles devido à nossa liberdade, é preciso saber escolher o que iremos fazer, todo ato gera consequência, em outras palavras, aqui plantamos, aqui colhemos. Mas se você me perguntar, E as coisas que acontecem sem a nossa culpa?, responderei que além da nossa vontade, está a vontade do mundo, confesso ser muito difícil lidar com este Universo regido pelo sistema causa/efeito, as coisas vão se aglutinando, sendo que umas dão certo, outras não. É como a água do rio que muda constantemente, tudo está por fazer, não existe nada terminado, tudo está em construção, é uma obra sem fim. É a evolução que comanda. Depois de Darwin não temos a menor dúvida, está provado cientificamente, é uma verdade contundente para os religiosos, todavia, sinto muito. Deste modo, voltando ao início, cito o filósofo Sartre que nos deixou bem evidente, O homem está condenado a ser livre, Eis aí a grande razão de viver, saber andar nos trilhos soltos da nossa existência.

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