Confesso. Há cinco anos, resolvi ser ateu. Completamente materialista. Digamos um Drauzio Varela ou um Saramago. No entanto, minha tranquilidade foi pro brejo. Não esperava por isso. Achei até que iria me sentir melhor. Qual o quê. Fiquei pior. Tanto assim que hoje eu faço parte do time da tarja preta. Quem teve uma formação religiosa como a minha, o que fiz, foi uma violência. Apesar de tudo, foi bom o que me aconteceu. Com isso, passei a ter uma outra concepção de Deus. Do Deus transcendente que deixei de acreditar, passei a aceitar o Deus imanente. Aquele que está em todos nós. Depois vi que muita gente, até religiosos, pensam desta maneira, também. Leonardo Boff é um deles. Sendo assim, Deus voltou a fazer parte da minha crença. Não sou religioso. Mas creio num Deus como um Força Cósmica que faz parte do Universo e do Homem. Na verdade é a minha Santíssima Trindade. Ou seja: Pai = Força Cósmica, Filho = Homem e Espírito Santo = Universo.
Agora sim. Meu barco encontrou o seu porto seguro. Deixou de ficar ao sabor das ondas da ignorância. Sei que para os religiosos, mesmo assim, continuo ateu. Mas um ateu mais atenuado. No oceano da vida, eu me sinto um barco que tem onde se aportar. Às vezes fico à deriva com as minhas indagações. Todavia sei que tenho sempre um porto para me tranquilizar e recobrar as minhas forças. Nesta vida, temos que ter alguma coisa além do nosso mundo visível para termos a coragem de enfrentar as enormes ondas que ela, a vida, nos apresenta. É isso aí.
Anibal Werneck de Freitas.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
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