domingo, 11 de dezembro de 2011

SOU INDIFERENTE AO LADO RUIM DA VIDA

após o enterro do meu pai, no mesmo dia, minha mãe desolada, olhou pra gente e disse, 'a casa ficou vazia', fiquei calado com a sua dor, falar o quê, não iria trazer meu pai de volta, aliás, não derramei uma lágrima pelo mesmo motivo, é o curso da vida, é o inevitável, somos jogados neste mundo e obrigados a passar por tudo aquilo que estamos sujeitos, não podemos fazer nada, daí a minha indiferença nestas horas, uma espécie de revolta, sei que não é o certo, nesta parte quem sai perdendo sou eu, não ponho para fora o que estou sentindo, e assim tudo de ruim explode dentro de mim, todavia, já percebi, não tenho jeito mesmo, meu procedimento sempre foi assim, por isso mesmo, meu sofrimento é contínuo, não vejo razão nenhuma desta vida ser assim, os pardais justificam-na dizendo, nós estamos pagando pelo que fizemos de ruim no início da humanidade, bem, pelo que eu sei [fósseis] os primeiros homens eram hominídeos, um ramo mais adiantado dos macacos, que andavam de quatro, completamente ignorantes, expostos a uma natureza agressiva, dormiam na fronde das árvores pois eram o prato preferido dos animais carnívoros pelo fato da carne ser mais tenra, pois bem, de lá até os tempos de hoje, o homem evoluiu ao ponto de ser agora responsável pelos seus atos, no entanto, está sempre pagando, pois a vida não é brincadeira, donde concluo que deva existir alguma coisa adiante, do contrário, a vida é a coisa mais injusta que existe.

anibal werneck de freitas.

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