terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

TRILHOS SOLTOS



TRILHOS SOLTOS  (Aníbal) Olha a Maria, fumaça, foguista / Os trilhos soltos vão se ajuntar / Para levar gente sofrida / De um lugar pra outro lugar. / Eu de segunda, primeira não dá, / Brasa na roupa começa a queimar, / Lenha na máquina, meu maquinista, / Apita na curva para avisar. / Olha a Maria, fumaça, estação, / Os trilhos presos vão se soltar / Para deixar gente sofrida / Vinda de onde não pode ficar.

Recreio, a terra natal do compositor, surgiu com a Estrada de Ferro Leopoldina, foi no passado o maior entroncamento da linha férrea da Zona da Mata Mineira, tanto assim que, na época da Revolução de 30, no Governo Vargas, um contingente militar foi destacado pra lá, com a finalidade de deter o inimigo, que poderia vir pelos trilhos. Meu pai, Antonio Hygino conta que servia o café da tropa e, que certo dia, virou para o comandante e disse, Não teria aí um lugar pra eu ser soldado também, Segundo o meu pai, o homem sorriu e respondeu, Não, se eu colocar você como meu soldado, quem vai servir o nosso café. Conta meu pai que abaixou a cabeça e, sem graça, continuou servindo os soldados.
Pois bem, o Trem de Ferro era chamado, carinhosamente, de Maria Fumaça e prestou um grande serviço naquela época difícil.

Registro 48.894, Livro 15,UFRJ, 20/02/1989.
Gravação de 1985,
Voz e Violão, Anibal Werneck de Freitas
Violão Solo, Celso Lourenço.

anibalwerneck@gmail.com

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